Spring School – EAS Palestra
Hello Guys, tudo bem? Bom dia/tarde eu sou a teacher Vicky, e como o teacher Guto falou pra vocês hoje nós conversaremos um pouco sobre intercâmbio. Pois é, acredito que a maioria de vocês tem o sonho de sair do país, viajar, estudar, mas antes eu vim aqui conversar com vocês um pouco e contar sobre uma pessoa que eu conheci alguns anos atrás.
Essa pessoa, se sentava aí onde vocês estão sentados, e se passava tanta, tanta coisa na cabeça dela, assim como deve passar na de vocês que a gente nem imagina.
Pô teacher, mas e daí, né? Fica comigo que vou te contar rapidinho o que aconteceu.
Assim como a maioria de nós ela também veio para o Japão bem nova, e todos os planos, sonhos e até muitos amigos acabaram ficando pra trás, com isso ela tropeçou em uma depressão, pois era muito difícil entender de onde ela fazia parte, sem se sentir acolhida muitas vezes, e ninguém entendia esse aperto no peito de quando você se sente, bem, um vazio.
E quando ela ouviu aquela pergunta, aquela que todos nós já ouvimos, “O que você quer fazer?” e ela percebe “pô, faz um tempo que não penso nisso”, o que acontece é que foi dito tantas vezes pra ela que ela não nunca seria um “alguém” que ela acabou acreditando, chegando a querer largar a escola e partir pro trabalho por que afinal, não tinha nada que ela pudesse fazer.
Mas alguma coisa muda nessa história quando pessoas ao seu redor, enxergam pela primeira vez esse pontinho descabelado na multidão, quando algumas pessoas, dentro dessa escola aqui, bem ali na sala do lado, começaram a ver ali, bom, uma pessoa, um potencial, esse foi o primeiro passo que ela precisava, pra se levantar, naquela primeira luz ela começou a perceber de novo, quantas opções ela tinha, e tudo que dava pra ela fazer.
Tá Vi, to em pé e agora? Com 18 anos! Como que eu vou saber o que que eu faço? Aí é que tá, o importante é fazer alguma coisa. Camarão que dorme, a onda leva!
Ela tomou uma decisão lá atrás, entre o caminho fácil e o melhor. O caminho fácil? A gente já sabe, né galera? A bolha em que a gente vive muitas vezes faz a gente acreditar que o único possível é a entrada da fábrica, trabalha das 8 às 5, faz uma grana, é bacana, né? Mas e o melhor caminho? Nesse, a gente faz sacrifícios, chora muito, ri mais ainda, e no fim do dia tem um sentimento diferente, uma pontinha, a gente se sente mais completo.
Com esse primeiro passo ela conseguiu sair dessa bolha e ver que tem muita coisa lá fora, galera, muita coisa, ver que a vida não é feita só de trabalho, casa, trabalho, casa e essa rotina, mas feita de muito mais. É pisar fora da nossa zona de conforto, e muitas vezes perceber que a gente nem tava lá tão confortável ali era só a única coisa que a gente conhecia.
Bom, se passaram 5 anos desde o momento que essa garota sentava bem aí onde vocês estão, cinco anos depois desse momento, ela se tornou uma pedagoga, uma professora, coordenadora e acima de tudo muito mais completa. Essa menininha descabelada sou eu, muito prazer.
E a minha vontade de vir hoje aqui conversar com vocês é para mostrar que tem muita, muita coisa lá fora, no alcance da nossa mão, a gente só precisa tomar o primeiro passo para estender a nossa.